5.2. Ventilação
natural
A ventilação proporciona a renovação do ar do ambiente, sendo de grande
importância para a higiene em geral e para o conforto térmico de verão em
regiões de clima temperado e de quente e úmido.
A renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de calor e a
desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes em geral.
A ventilação natural é o deslocamento do ar através do edifício, através
de aberturas, que funcionam como entrada ou saída. Assim, as aberturas para a
ventilação deverão estar dimensionadas e posicionadas de modo a proporcionar um
fluxo de ar adequado ao recinto. O fluxo de ar que entra ou sai do edifício
depende de uma série de implicações relativas à incidência do vento e forma do
edifício. Uma delas é a diferença de pressão entre os meios internos e externos
que pode ser causada pela força do vento (ação
dos ventos) ou pela diferença de densidade do ar interno e externo (efeito chaminé), ou por ambas as forças
agindo simultaneamente.
5.2.1.
Carga térmica pela ventilação
A renovação do ar dos ambientes pode ocasionar ganho ou perda de calor.
No cálculo das cargas térmicas, adota-se uma taxa de renovação adequada ao
ambiente para depois dimensionar as aberturas.
5.2.2.
Critérios de ventilação dos ambientes
O primeiro critério de ventilação dos
ambientes é o suprimento de oxigênio e a concentração máxima de gás carbônico
no ar, sendo que a diluição da concentração de gás carbônico requer maiores
taxas de ventilação que o suprimento do oxigênio.
Outra importante função da ventilação é a remoção do excesso de calor
dos ambientes. Os excessivos ganhos de calor solar, principalmente no verão,
assim como o calor gerado no próprio ambiente, devido à presença de fontes
diversas, podem provocar o desconforto térmico. A ventilação desses ambientes pode
promover melhorias nas condições termo-higrométricas, podendo representar um
fator de conforto térmico de verão ao incrementar as trocas de calor por
convecção e evaporação entre o corpo e o ar interno do recinto.
5.2.3.
Ventilação por “Ação dos Ventos”
A diferença de pressão exercida sobre o edifício pode ser causada pela
ação dos ventos. O vento, considerado aqui como ar que se desloca paralelamente
ao solo em movimento lamelar, ao encontrar um obstáculo – o edifício – sofre um
desvio de seus filetes e, ultrapassando o obstáculo, tende a retomar o regime
lamelar.
As paredes expostas ao vento estarão sujeitas a pressões positivas,
enquanto as paredes não expostas ao vento e à superfície horizontal superior
estarão sujeitas a pressões negativas para saída de ar.
Essa situação proporciona condições de ventilação do ambiente pela
abertura de vãos em paredes sujeitas a pressões positivas para entrada de ar e
em paredes sujeitas a pressões negativas para saída de ar.
A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos
ventos com relação ao edifício e do fato de estar exposto às correntes de ar ou
protegido por qualquer obstáculo. A pressão exercida sobre um determinado ponto
do edifício depende também a velocidade do vento e do seu ângulo de incidência.
Ao lidar com edificações situadas na área urbana, o efeito da ação dos
ventos pode ser pequeno em razão da proximidade entre as construções. Outra
alteração previsível se refere à direção do vento, que não mantém a nível
intra-urbano, tendendo a seguir o traçado viário.
5.2.4.
Fluxos de ar através dos recintos
A posição e as dimensões das janelas
exercem uma grande influência na qualidade e na quantidade de ventilação
interna.
5.2.5.
Ventilação por “efeito chaminé”
O estudo da ventilação por efeito chaminé é feito considerando apenas as
diferenças de pressões originadas das diferenças de temperaturas do ar interno
e externo ao edifício.
Se um recinto dispuser de aberturas próximas ao piso e próximas ao teto ou
no teto, o ar interno, mais aquecido que o externo, terá a tendência de sair
pelas aberturas altas, enquanto o ar externo, cuja temperatura é inferior à do
interno, encontrará condições de penetrar pelas aberturas baixas. Observa-se
também que o fluxo do ar será tanto mais intenso quanto mais baixas forem as
aberturas de entrada de ar e quanto mais altas forem as aberturas de saída de
ar.
5.2.6.
Efeito simultâneo: chaminé e ação dos ventos
Para estudar os processos simultâneos de
efeito chaminé e ação dos ventos, é necessário que se analise, se a ação do
vento está realmente funcionando no sentido de proporcionar um incremento na
ventilação do recinto. Esta análise deve ser feita pela observação, no projeto,
do real papel das aberturas de saída de ar quando submetidas à ação do vento
predominante. Caso se conclua que o vento não esteja contribuindo para o
incremento da ventilação interna, é necessário reformular, no projeto, a
proposta do sistema de aberturas destinado à ventilação, de modo a aproveitar a
ação do vento.
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